sexta-feira, 26 de outubro de 2007

DNA confirma identidade de rainha egípcia


Os primeiros resultados de um teste de DNA sugerem que uma múmia identificada recentemente como a "mulher-faraó" Hatshepsut realmente é a rainha egípcia. A informação vem de pesquisadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido, que estudaram a múmia e seus prováveis familiares, também mumificados. No mês passado, um grupo de egiptólogos (especialistas na arqueologia e história do antigo Egito) anunciaram que um dente achado numa caixa de madeira com o nome de Hatshepsut se encaixava perfeitamente na boca de uma múmia que, até então, não tinha sido identificada. Agora, Angelique Corthals, egiptóloga biomédica de Manchester, que trabalhou em parceria com uma equipe do Centro Nacional de Pesquisas do Cairo, diz que os resultados preliminares da análise de DNA apóiam a idéia.

As amostras de DNA retiradas da múmia feminina não-identificada foram comparadas com o material genético da avó da lendária rainha, Ahmés Nefertari, considerada a matriarca dos faraós da décima-oitava dinastia egípcia (que durou de 1550 a.C. a 1292 a.C.), e com os restos do pai de Hatshepsut, o faraó Tutmés I. A própria Hatshepsut teria reinado entre 1479 a.C. e 1458 a.C. AFP Estátua retrata rainha ainda em vida de forma idealizada (Foto: France Presse) "A dificuldade de realizar testes de DNA com as múmias reais reside principalmente na quantidade de vezes em que esses restos foram manipulados, bem como nos processos químicos de mumificação", disse Corthals em comunicado. No caso da manipulação, aumenta o risco de que o DNA de pessoas que nada tinham a ver com o indivíduo mumificado apareça nos testes. "Ironicamente, as substâncias que preservam a aparência das múmias acabam danificando o DNA delas, mas nossa equipe conseguiu extrair pequenas quantidades de informação genéticas das áreas das múmias que foram menos afetadas pela contaminação. E, quando o DNA da múmia misteriosa foi comparado com o dos ancestrais de Hatshepsut, fomos capazes de confirmar cientificamente que os restos eram mesmo os da rainha da décima-oitava dinastia", concluiu ela.
Hatshepsut, cujo nome significa "A Primeira entre as Damas da Nobreza", foi a mais poderosa das mulheres a governar o Egito, exercendo poder maior até que o de Cleópatra. Seu reino também foi o mais longo entre o das mulheres-faraó nativas do Egito (rainhas de dinastias estrangeiras chegaram a reinar por mais tempo).

A equipe agora planeja fazer mais testes nas 40 outras múmias reais da dinastia, inclusive a do célebre faraó-menino Tutancâmon, para tentar responder uma série de questões importantes sobre a época em que elas viveram. Uma delas se refere a dois fetos encontrados no túmulo de Tutancâmon -- a idéia é saber se eles são mesmo filhos natimortos do jovem faraó.

Um comentário:

FMstudios disse...

Heheheh.. Muito bom Cidadãoo!!
e noix blogueiross!